Como expor a coleção?
Essa é uma dúvida que persegue os colecionadores, desde o momento que ele adquire a primeira peça. Não falamos apenas de acondicionar a coleção de um modo que a proteja da umidade, da poeira e do contato de mãos afoitas e impertinentes, mas, também, de expô-la de um modo que possa ser apreciada pelo colecionador.
Contudo, esse desafio é algo que pode se tornar uma experiência extremamente divertida, gratificante e envolvente, já que as variáveis são infinitas, a flexibilidade é absoluta e independem do tamanho da coleção. Além disso, podem ajudar o colecionador ainda no início do hobby a direcionar suas aquisições de um modo mais racional e adequado a oscilações do orçamento pessoal, conforme brevemente colocamos a seguir.
Normalmente chamados de “displays”, os mostruários são o meio físico pelo qual o colecionador expõe sua coleção de modo que possa ser apreciada por ele e por terceiros. Não há uma regra rígida a ser seguida, dependendo do caminho escolhido pelo colecionador, eles podem ser montados em meses ou levar anos para serem completados.
Fisicamente, o display pode ter formas variadas, dependendo do objeto que se pretende expor. Pode ser desde aquela cristaleira de sua avó, ou até algum tipo de móvel rústico feito com material de demolição (para capacetes e coberturas, por exemplo), passando por caixas expositoras grandes ou pequenas e até caixotes de acrílico.
No revestimento, a preferência geralmente recaí sobre cores que tradicionalmente são associados a esse tipo de temática, como o preto, o vermelho ou o verde. É importante que a cor não faça as peças “sumirem” no display, por se confundirem com as cores das fitas das medalhas ou por deixarem o visual muito poluído. Lembre-se: o display deve destacar a coleção e não a fazer sumir!
O tema do display é a sua verdadeira força motriz. Como dito, as possiblidades aqui são infinitas. O tema pode ser com base em determinado tipo de peça (p.ex., variações de Medalhas da Vitória Interaliada na I Guerra Mundial; patches das Força Aéreas da USAAF na II Guerra Mundial ou Badges do Exército Alemão); por determinada especialidade (itens de um soldado Gebirgsjäger ou equipamentos de campo de um Military Policeman) ou mesmo construir um display ao redor de uma foto (adquirindo as condecorações e insígnias que aparecem em determinado retrato).
O importante é mostrar certo rigor na contextualização temática e histórica. Isso é relevante por duas razões básicas: (a) ajuda o colecionador a “contar a história”, já que as peças se inter-relacionam de algum modo e (b) possibilita a alternância entre peças mais acessíveis e as mais raras, na medida do bolso e da disposição do colecionador. Às vezes a aquisição de uma simples insígnia ou divisa agrega um efeito visual absolutamente magnífico a um determinado mostruário, ao mesmo tempo que dá fôlego para um orçamento que pode estar mais apertado.
Por fim, o arranjo das peças (isto é, a distribuição das peças dentro do espaço físico do mostruário) fornece o elemento final de um display. A distribuição harmoniosa das peças, observando as cores dos itens, a peça que se deseja destacar e a história que se quer contar, é algo que tem um papel fundamental.
A grande diversão é que se trata de uma técnica que vai sendo aprimorada e estudada constantemente (dica: vá tirando fotos da evolução de seus displays para perceber essa evolução). À medida que novas peças são adicionadas uma reorganização acaba ocorrendo, o que traz uma nova vida para cada display.
Assim, a sugestão que damos é cada um olhe sua coleção como um museu e em como você gostaria de visualizá-la se o estivesse visitando pela primeira vez. Afinal, como guardiões provisórios destas relíquias, cabe a nós preservar sua história.
Schmidt Antiguidades Militares
A seguir alguns exemplos e de mostruários (displays) que podem ser montados, com diferentes peças e em diferentes apresentações. Como dizem, uma foto vale mil palavras!